Um governo ao Centro
Raimundo França
Decantados os resultados das eleições gerais, o
Brasil caminhou para o Centro do espectro político, desviando-se das disputas
entre gregos e troianos, aparentemente polarizado entre os extremos (Direita e
Esquerda).
O governo que se inicia em 2023 herda do processo
eleitoral uma Agenda econômica com forte tendência ao Centro e com pitadas para
o fortalecimento de uma Agenda Política focada na inclusão social, o que em
outras palavras quer dizer liberalismo social.
Sim, liberalismo social, isto é, a conjugação das
liberdades políticas e econômicas com pitadas de implementação de políticas
públicas que revertam o quadro de exclusão social que atinge significativas
camadas da população brasileira.
De um lado, o mercado terá que fazer concessões quanto à
ampliação dos gastos públicos por parte do governo eleito. De outro, o governo
sabe que num cenário de desenvolvimento dependente, especialmente da capacidade
de investimento externo no País, não poderá implementar a adoção de políticas
mais rígidas em relação ao mercado.
Politicamente, o governo eleito precisará ter bastante
clareza de determinadas agendas, pois as alianças programáticas/pragmáticas, já
na composição da Chapa Presidencial eleita, com Geraldo Alckmin (PSB), foi
mais do que uma aliança pragmática no sentido de atrair o voto do eleitorado
menos radical de direita, o que ficou evidente no 2º Turno, quando outras
forças mais ao Centro e à Direita se somaram a campanha de Lula e Alckmin, a
exemplo de Simone Tebet (MDB) e significativos representantes da direita,
outrora arqui-inimigos de Lula, como exemplos de parcelas do PSDB.
Um governo ao Centro político imporá, apesar do
significativo número de representantes eleitos para Congresso Nacional pela
extrema-direita, uma barreira a agenda mais radical dos extremos políticos.
Além disso, tenderá a si fortalecer para as eleições de 2026, a depender do
grau de coesão e sucesso do atual governo.
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