A escola
Desde de a infância, a escola foi meu refúgio para os tantos contratempos da vida. Nela encontrei minhas maiores motivações existenciais. Nela, também, fiz meus melhores amigos. Foi também nela que lapidei minha condição de animal político.
Ir à escola era sempre motivo de
grande satisfação. É verdade que a merenda da escola ajudava bastante, mas a satisfação
vinha, sobretudo, pela possibilidade de aprender coisas que eu não sabia.
Lembro-me até hoje de como era gostoso ser desafiado pela as operações
matemáticas, os ditados de português, as experiências científicas. Tudo aquilo
para mim era magia.
O tempo passou rápido, mas a
escola continuou a ser a minha vereda, pois no Ensino Médio e Superior, ela
continuava a despertar em mim todos os interesses possíveis. Ficava longas horas
nas bibliotecas fuçando os livros como uma espécie de traças, numa espécie de
antropofagia do conhecimento como bem definira Rubem Alves: “todo leitor é uma espécie
de antropófago.”
Nem tudo foram flores, pois a
busca pelo conhecimento exige sacrifícios e persistência. Afinal, o
conhecimento é um bichinho delicado que caminha lentamente. O conhecimento é
inimigo da pressa.
Foi, também, na escola que tive
grandes entreveros, pois sempre fui um sujeito afeito a deixar claro minhas discordâncias,
quando vejo que certas premissas são falsas. Em certo sentido, sempre fui,
guardadas as devidas proporções, um socrático. Sempre me interessei nos porquês.
E como todos sabem, os porquês não agradam pessoas autoritárias... Contudo, foi
na escola que também aprendi a resistir.
Por fim, a escola levou-me à tantas outras escolas, mas não me fez um escolástico, pois a maior escola de todas
é a escola da vida onde tudo se finda e se recomeça, desde que não percamos o
desejo de conhecer e refletir sempre.
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