2014, o ano que não acabou...




Em geral, o calendário gregoriano divide o ano em 365 dias ou 366, dependo do ano bissexto. Entretanto, parece que, quando observamos o ano de 2014, temos a nítida impressão que o referido ano ainda não passou, e estamos a vive-lo eternamente, pois seus resquícios ainda permanecem vivos, notadamente, no enlace Política-Economia.

Na Política – eleitoral – presenciamos e participamos da disputa eleitoral mais ideologizadas em seus extremos do último ciclo democrático, posto que nunca estiveram tão evidentes as disputas entre as “agendas progressistas” e “conservadoras” no Brasil, tendo dois protagonistas políticos enfraquecidos, mas ainda capazes de aglutinar forças nestes campos ideológicos, que são PT e PSDB (Quase dois irmãos).

De um lado, as forças conservadoras via agenda “moralista” e econômica, especialmente, aquele pautada na grandes especulações, tencionando a guinada da agenda eleitoral para direita, de outro, as forças no campo progressista (bastante heterogêneas), ainda que enfraquecidas com o desgaste de mais de doze anos no Poder do principal articulador desta agenda, o PT, aglutinando o enfrentamento ao avanço da agenda conservadora e sendo, também, carcomida por ela. Haja vista que tenha incorporada muita da agenda conservadora em sua Proposta/Programa de Governo.

A divisão de classes ficou evidente nesta eleição, e o resultado demonstrou esta nuance, principalmente depois do processo eleitoral, posto que o lado vencedor, venceu, mas não levou.

Explico: as eleições nas duas casas legislativas - Câmara e Senado - foram extremamente desfavoráveis à construção de uma agenda mínima de coalização com bloco vencedor, a consequência disso, todos conhecemos – o impedimento da Presidente. De outra sorte, isso não teria acontecido, se nessas Casas Legislativas tivessem sido eleitos representantes mais afinados com uma agenda menos conservadora.

Em meio a tudo isso, surgia no horizonte uma crise econômica internacional que afligia e aflige diversos países – com raríssimas exceções - que repercutia diretamente na economia brasileira, levando-a à um processo de estagnação geral, também, motivada pelo ambiente interno, especialmente, pelo “operação lava PT” que colocou todas as grandes empreiteiras nacionais no “olho do furacão”, desestabilizando os últimos resquícios de um projeto com algum viés desenvolvimentista. Mas, também, pela incapacidade do governo eleito de diálogos com as bases sociais de forma mais efetiva.

Tudo isso, dentro de outros fatores, faz com que o ano de 2014 ainda não tenha acabado no Brasil.

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