Sobre as regalias dos professores



Dias atrás, o ministro da “Deseducação do Brasil” proferiu uma fala, assacando aos professores – em certa medida – os “problemas” da Previdência, notadamente, se referindo às regalias da docência como, por exemplo, menor tempo de contribuição para se aposentar e por aí vai.       
O ministro como, qualquer pessoa, pode opinar sobre o que pensa e se expressar, pois isso faz parte de uma sociedade minimamente “democrática”.
Contudo, diante da fala do ministro, chego à conclusão de que ele tem razão, pois, realmente, na condição de professores, temos infinitas regalias a começar por termos, a cada semestre, a oportunidade de dialogar e trocar saberes com aproximadamente 120 mentes, 120 possibilidades de apreender, isto sem levar em contar uma análise fatorial, o que ampliaria de forma exponencial estas possibilidades; sermos instados a aprender e apreender reapreender o tempo inteiro na busca de novos saberes e novas formas de aprendizados; sermos avaliados anual e/ou a cada  triênio para medir nossa “produtividade”, sem a qual não galgaríamos outros níveis na carreira; termos a regalia de encontrar vossos filhos e confrontá-los na arte de aprender e reaprender, coisas que maioria dos pais brasileiros não tem, pois abdicaram da “educação de seus filhos”; temos a regalia de pensar diuturnamente de como melhorar a sociedade para todos e não apenas para uma parcela da população; temos a regalia de chorarmos e sorrimos diante da condição humana enfrentada no universo escolar.  Mas nosso maior privilégio, sem sombra de dúvidas, é nossa condição essencialmente humana que o espaço de aprendizagem possibilita-nos extraordinariamente.
Obrigado, Ministro da “Deseducação”!

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