Entre a aparência e a essência existe a interpretação

São corriqueiras expressões do tipo: “os fatos falam por si; contra fatos não há argumentos; os números falam por si; “é óbvio, e por aí vai.  Para mim, tais assertivas são extremamente redundantes e empobrecem qualquer tipo de debate, pois se limitam ao conteúdo aparente do fenômeno observado.

É preciso levar em conta que um dos grandes dilemas da busca pela essência (“verdade”), especialmente para ciência, é de ir além do conhecimento aparente, desnudando-se deste a essência dos fenômenos e das coisas.

Nesse sentido, pelo pensamento lógico, se as coisas bastassem em si mesmas, não necessitaríamos nem da própria ciência, pois as coisas seriam auto explicáveis em seu conteúdo aparente. Contudo, é exatamente porque as coisas não as são que precisamos da interpretação, para que cheguemos à “verdade”.



Aliás, a interpretação, ou melhor, a produção do entendimento é o que nos permite não cair em certas armadilhas discursivas, permeadas – muitas das vezes - em verdade, como bem observa as várias formas de hermenêuticas como, por exemplo, a jurídica, a literária, a filosófica, a histórica, as mitológicas e tantas outras formas de produção do entendimento humano. Logo, tudo exige interpretação:  x2 + 12x – 13 = 0.

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