Sobre as eleições (EXECUTIVO)




As eleições são uma das grandes invenções das “democracias”, pois desde a Ágora – Praça Pública – em que os cidadãos atenienses escolhiam o melhor caminho para condução da vida da Polis (cidades), elas têm sido a forma mais praticada pelos cidadãos para escolhas de seu governantes e as decisões sobre o bem comum da vida em sociedade. Ainda que, ao longo desses quase dois mil e quinhentos anos de sua invenção, as eleições tenham passado por diversas transformações, tanto na forma quanto no conteúdo, tais quais próprias democracias.

No caso brasileiro, a rigor, as eleições são ainda um objeto estranho a própria democracia, pois, em alguma medida, os resquícios da sociedade escravocrata e feudal resistem a desaparecer.  Apesar disso, de dois em dois anos - ao longo dos últimos trinta e seis anos – no caso das eleições municipais, os brasileiros têm sido convocados ao exercício do voto popular como forma de escolha das melhoras propostas para Res (Coisa) Pública (todos) a ser executadas por um período quatro anos. Nesse período, as candidaturas, em seus diferentes matizes partidários-ideológicos, apresentam seus enredos ao povo, para que estes – num seleção de critérios objetivo-subjetivo-objetivo, apontem qual o é melhor caminho para os destinos de sua cidade. 

No caso de Tangará da Serra, há quatro candidaturas submetidas à avaliação do eleitorado, possibilitando a este um leque bastante plural ideologicamente de qual seria a melhor alternativa para administração da Polis (cidade), sendo que cada candidato carregada suas particularidades, por exemplo, Fábio Junqueira (PMDB) e Silvio Sommavila (PDT) são experientes eleitoralmente;  Reck Junior (PSD) e Vander Masson (PSDB) são personagens novos no processo eleitoral tangaraense no que se refere às disputas eleitorais.

As quatro candidaturas têm como objeto comum em seus Programas/Propostas de governo – A PROMESSA – como horizonte, o que é natural numa disputa política, pois os Programas são projeções daquilo que se pretende fazer, sagrando-se vitorioso. Contudo, a realidade do pós eleição podem e desviam, na maioria dos casos, a execução das promessas por diversas circunstâncias como, por exemplo, a falta de um apoio consolidado no âmbito do Poder Legislativo para fazer expressar na Lei, o que fora idealizado nos Programas; desconhecimento relativo e/ou absoluta das competências do cargo de Prefeito ou do próprio município quanto às suas responsabilidades constitucionais; falta de uma equipe comprometida com a execução daquilo que fora proposto; envaidecimento com o “poder”; limitações orçamentárias e tanto outros motivos sazonais ou estruturais.

Por outro lado, as quatro candidaturas têm a seu favor – nesse momento de pessimismo político – apresentar ao eleitorado propostas realistas, ou seja, promessas que, de fato, possam ser alcançadas ao longo de quatro anos. Neste sentido, as candidaturas deveriam avaliar os eixos estruturantes de uma Administração Públicas Sustentável Ambientalmente e Socialmente dirigida para os direitos básicos de cidadania: educação, saúde, saneamento, transporte e a construção de alternavas à geração de emprego. 

No eixo da geração de emprego, em especial, Tangará da Serra tem muitas vantagens comparativas frente a outros polos, pois pode literalmente ser uma região produtora de serviços especializados em diversas áreas do conhecimento, com forte potencial para o desenvolvimento tecnológico ligado à diversos setores, por exemplo, ao comércio, à saúde, à educação, à agricultura de grande – médio e pequeno porte;  uma cadeia turística que pode via-a- ser referência na região (esporte – lazer); polo de grande eventos culturais e científicos; além de se consolidar enquanto cidade universitária, posto que reúne três instituições públicas de ensino superior e tecnológico (UNEMAT, CEPROTEC e IFMT), bem como instituições privadas (UNIC, UNISERRA e polos a Distância de Educação Superior) com grande potencial para ser, de fato, uma cidade universitária.

No que se refere à educação caberia uma ênfase especial, pois Tangará da Serra reúne todas as condições para pôr em prática a Escola em Tempo Integral em nível fundamental, mas para isso o eleito tem que ter clareza que esta é uma Política Pública, assim como a Política de Saneamento e tantas outras, de médio e longo prazo, cujos resultados são geracionais e não imediatos.

Atendidas à máxima realista, o grau de decepção política da sociedade será sempre menor, consequentemente, haverá a ampliação da confiança do eleitorado na Política, fazendo com que a eleição cumpra um dos seus papeis essenciais, ou seja, de ser um processo educativo para construção do bem comum, em que os homens públicos desenvolvam o espírito público com a pluralidade necessária, para construção de uma sociedade humanitária. 

Dito isso, as eleições continuariam a aperfeiçoar, paulatinamente,a nossa vida em sociedade por meio deste tão importante instrumento civilizatório, gostem ou não, a POLÍTICA.
           




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