Eleição sem Carisma
Raimundo França[1]
O carisma é segundo o sociólogo alemão, Max Weber, o fato de uma determinada personagem possuir qualidades que, ao olhar de parte significativa da população, aproximam-se de atributos quase divinos. Além do mais, esta peculiaridade possibilita-o uma forma de dominação e de legitimação centrada no naquele. No Brasil recente, esta personalidade é, sem sombra de dúvidas, o Presidente Lula que, ao longo dos últimos vinte cinco anos de retorno ao sistema democrático, tem representado a faceta mais forte do carisma no Brasil.
Todavia, as eleições presidenciais 2010 registram um componente até então inusitado na recente história política eleitoral do Brasil, ou seja, a ausência de características carismáticas por parte dos principais candidatos, pois nem José Serra (PSDB), nem Dilma Rousseff (PT) dispunham de carisma. Logo, ainda que o Presidente Lula tenha se empenhado à candidatura de Dilma Rousseff e sendo responsável em grande medida pelo sucesso de sua vitória, o carisma não se constituiu no elemento determinante do êxito eleitoral da Presidente eleita Dilma Roussef pelo menos é isso que os dados eleitorais tem revelado.
A inexistência do carisma entre os principais concorrentes impôs-lhes uma agenda eleitoral que poderia ter sido mais bem exploradas, mas as estratégias de campanhas, principalmente a do candidato José Serra optou por levar eleição para o caminho de temas pouco oportuno para um processo educativo eleitoral, a começar pelo Aborto e Religião. Temas importantes na esfera da vida privada dos indivíduos, mas não para se constituir no eixo central de um ESTADO, cuja concepção é LAICA que, justamente, pelo seu esteriótipo laico, permite o pleno exercício de todas as crenças.
Desta maneira, a adoção de tal estratégia sucumbiu temas macropolíticos relevantes para sociedade brasileira como: Reforma Política, Desenvolvimento, Democracia, Reforma da Previdência, Reforma Tributária e Debate da Mídia.
Tais estratégias eleitorais utilizadas contribuíram ainda mais para o processo de despolitização da política presentes no Brasil, a começar pelo grau cada vez maior nos processos eleitorais de abstenções. Sem levar em conta que entre os dois principais concorrentes no pleito eleitoral de 2010, isto é, José Serra em que o Índice de Rejeição beirou 40% e Dilma Rousseff aproximou dos 30% somaram-se aol elevado número de abstenções.
Com o vazio carismático fora da cena eleitoral aos candidatos restaram fixar duas táticas clara: José Serra ao currículo, ao campo “moral” e ao um cardápio prometeico, deixando não tão nítido a concepção de Estado e a perspectiva de Desenvolvimento a vir a ser adotada em seu possível governo. Já Dilma Roussef centrou a campanha no legado de Lula, sobretudo, no campo da política social e na defesa do Estado como instrumento indutor do desenvolvimento brasileiro.
Diante disso, podemos aferir que o processo político eleitoral 2010 deslocou o “carisma” para um segundo plano, dando aos candidatos a oportunidades de que temas de maior magnitude para sociedade brasileira, o que, a nosso juízo, não ocorreu a contento, ainda que José Serra e Dilma Rousseff tivessem plena capacidade para isso. No entanto, em que pese os rumos dos acontecimentos, a disputa eleitoral que findou no dia trinta, acena no sentido de que novas personagens possam vir à tona na esfera política, sem que o carisma seja o elemento determinante de sua legitimação.
[1] Cientista Política, Mestre em Ciências Sociais(UFRN), Doutorando em Ciências Sociais(UFRN) e Professor da Universidade do Estado do Mato Grosso(UNEMAT).
O carisma é segundo o sociólogo alemão, Max Weber, o fato de uma determinada personagem possuir qualidades que, ao olhar de parte significativa da população, aproximam-se de atributos quase divinos. Além do mais, esta peculiaridade possibilita-o uma forma de dominação e de legitimação centrada no naquele. No Brasil recente, esta personalidade é, sem sombra de dúvidas, o Presidente Lula que, ao longo dos últimos vinte cinco anos de retorno ao sistema democrático, tem representado a faceta mais forte do carisma no Brasil.
Todavia, as eleições presidenciais 2010 registram um componente até então inusitado na recente história política eleitoral do Brasil, ou seja, a ausência de características carismáticas por parte dos principais candidatos, pois nem José Serra (PSDB), nem Dilma Rousseff (PT) dispunham de carisma. Logo, ainda que o Presidente Lula tenha se empenhado à candidatura de Dilma Rousseff e sendo responsável em grande medida pelo sucesso de sua vitória, o carisma não se constituiu no elemento determinante do êxito eleitoral da Presidente eleita Dilma Roussef pelo menos é isso que os dados eleitorais tem revelado.
A inexistência do carisma entre os principais concorrentes impôs-lhes uma agenda eleitoral que poderia ter sido mais bem exploradas, mas as estratégias de campanhas, principalmente a do candidato José Serra optou por levar eleição para o caminho de temas pouco oportuno para um processo educativo eleitoral, a começar pelo Aborto e Religião. Temas importantes na esfera da vida privada dos indivíduos, mas não para se constituir no eixo central de um ESTADO, cuja concepção é LAICA que, justamente, pelo seu esteriótipo laico, permite o pleno exercício de todas as crenças.
Desta maneira, a adoção de tal estratégia sucumbiu temas macropolíticos relevantes para sociedade brasileira como: Reforma Política, Desenvolvimento, Democracia, Reforma da Previdência, Reforma Tributária e Debata da Mídia.
Tais estratégias eleitorais utilizadas contribuíram ainda mais para o processo de despolitização da política presentes no Brasil, a começar pelo grau cada vez maior nos processos eleitorais de abstenções. Sem levar em conta que entre os dois principais concorrentes no pleito eleitoral de 2010, isto é, José Serra em que o Índice de Rejeição beirou 40% e Dilma Rousseff aproximou dos 30% somaram a tal elevando número de abstenções.
Com o vazio carismático fora da cena eleitoral, aos candidatos restaram fixar duas táticas clara: José Serra ao currículo, ao campo “moral” e ao um cardápio prometeico, deixando não tão nítido a concepção de Estado e a perspectiva de Desenvolvimento a vir a ser adotada em seu possível governo. Já Dilma Roussef centrou campanha no legado de Lula, sobretudo, no campo da política social e na defesa do Estado como instrumento indutor do Desenvolvimento brasileiro.
Diante disso, podemos aferir que o processo político eleitoral 2010 deslocou o “carisma” para um segundo plano, dando aos candidatos a oportunidades de que temas de maior magnitude para sociedade brasileira, o que, a nosso juízo, não ocorreu a contento, ainda que José Serra e Dilma Rousseff tivessem plena capacidade para isso. No entanto, em que pese os rumos dos acontecimentos, a disputa eleitoral que findou no dia trinta, acena no sentido de que novas personagens possam vir à tona na esfera política, sem que o carisma seja o elemento determinante de sua legitimação.
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